Mesmo que você não esteja antenado nas tendências de design, com certeza já percebeu a crescente adoção e a ascensão do design minimalista por diversas marcas nos últimos anos. Esse estilo, conhecido como “design flat” ou em português “design plano”, divide opiniões, sendo amado por uns e odiado por outros.

O movimento é tão significativo que até mesmo empresas com identidades visuais consolidadas no mercado há anos estão passando por rebrandings para estabelecer esse novo estilo, caracterizado por formas fortes, tipografia simplificada, cores sólidas e menos detalhes. Como resultado, essa tendência está dominando o mundo do design no cenário tanto internacional quanto brasileira, com empresas como Pringles, Volvo, BMW, Casas Bahia, Seara, Uol, Pontofrio, Renault, Peugeot, LG, Fanta e muitas outras.

Nesse artigo, vamos explorar os principais motivos do surgimento desse estilo de comunicação, além de suas vantagens e desvantagens.

Menos é mais

Inegavelmente, vivemos em um mundo saturado por estímulos visuais de todos os lados. As informações estão se movendo a todo o vapor pelas mídias visuais e digitais. O design flat surge como uma solução para facilitar a leitura e proporcionar sofisticação, clareza, memorabilidade e flexibilidade. 

Em um mercado saturado, onde a atenção do consumidor é disputada a todo momento, a comunicação precisa ser rápida e eficaz. Esse é o principal ponto positivo desse estilo de design: quanto mais informações você tiver em uma logo, mais tempo o consumidor leva para processar e mais difícil fica a comunicação. Dessa maneira, as sombras, a profundidade, as linhas em três dimensões e a textura são deixadas de lado em favor de uma leitura fácil e direta.

Tecnologia

A tecnologia e a emersão das Big-Techs desempenham um papel crucial na ascensão do design minimalista. Isso porque, o movimento do flat design não é apenas uma tendência estética, mas sim uma necessidade às necessidades de comunicação no meio digital.

Logos que antes eram projetados para alturas elevadas em grandes fachadas de lojas agora devem se adaptar para aparecer em telas cada vez menores e manter a comunicação clara. Pense em um smartwatch, onde o espaço visual é extremamente limitado. Um pinguim detalhado ao lado da escrita “Pontofrio” não é legível, mas uma marca simplificada composta por apenas dois pontos e um triângulo é facilmente identificável e reconhecível. :▶

O UX Design também é um fator importante. Atualmente, as marcas devem se adaptar a uma variedade de plataformas, tamanhos de telas, sites e aplicativos. O design flat facilita a experiência do usuário e permite a logo ter flexibilidade de mudar facilmente de cor e tamanho sem perder sua essência. A marca pode ser reimaginada de diferentes maneiras para receber mais vida e movimento sem o empecilho de texturas e sombras que dificultam sua aplicação.

Melhora na comunicação

Você sabia que a Fanta possuia logos diferentes em alguns países? Além disso, ela utilizava um símbolo de laranja, que embora icônico, causava confusão quando uma laranja estava presente em refrigerantes de uva, limão, abacaxi ou guaraná que nem ao menos levavam suco de laranja na sua composição.

Isso não é um problema mais. Em 2023, a marca passou por um rebranding, unificando a identidade visual em todo o mundo. A nova marca eliminou a famosa laranja com sua folha, bem como os efeitos de degradê e sombreado presentes na antiga tipografia. Agora, a cor principal da marca é apenas o azul sem o laranja, e as frutas representadas nas embalagens correspondem aos sabores dos refrigerantes.

Desvantagens

Apesar de suas inúmeras vantagens, o design flat também apresenta desafios. Por tentar evitar a profundidade nos elementos visuais e usar cores de alto contraste, às vezes ele pode tornar a compreensão do usuário mais difícil. Em dispositivos de touch screen, essa abordagem também pode prejudicar a experiência do usuário. Por exemplo, o Windows 8 e o Windows Phone foram um fracasso de público, e sua UX era falha mesmo usando o design flat, isso porque, o uso excessivo da simplificação das formas e cores brilhantes dificultava na percepção do usuário se algo era clicável ou apenas um elemento visual.

Outro ponto para se levar em conta é a percepção do público. Antes de realizar um rebranding completo, as marcas devem conduzir uma pesquisa de mercado detalhada para garantir que a nova identidade seja bem recebida.

Um exemplo é a GAP, que tentou seguir a trend minimalista e, em 2010, lançou um rebranding trocando seu icônico quadrado azul e fonte em caixa alta que já estava consolidada durante 24 anos. A logo nova foi tão amplamente rejeitada que durou apenas 6 dias e causou um prejuízo de 100 milhões de dólares. Em 2016 a GAP passou por outro rebranding, mantendo sua fonte original, retirando o quadrado azul e trabalhando apenas no afastamento das letras e elementos visuais.

Novas perspectivas

Para manter as vantagens e as facilidades de comunicação do design flat, mas evitar suas desvantagens e simplificação excessiva, uma nova tendência que está surgindo no mercado mistura as características do design flat com o antigo conceito de esqueumorfismo, que é a imitação de características físicas nos objetos digitais, muito usado nos anos 2000.

Esse novo conceito que está surgindo é chamado de “flat design 2.0” ou de “almost flat design”(design quase plano). Algumas marcas já aderiram a essa abordagem misturando o design plano com designs antigos que eram conhecidos no mercado. Por exemplo, a Warner Bros. Pictures e a Pepsi já passaram por rebrandings fugindo do design completamente flat e trazendo elementos nostálgicos e linhas sobressalentes.

Blog New Boom

Para saber mais nos siga nas redes sociais e acompanhe nosso blog.